sábado, 3 de janeiro de 2009

Ninguém podia entrar nela não... (I)

Vinte e quatro horas de viagem*, uma mochila grande e pesada nas costas, uma mochila menor na frente e uma bolsa de laptop a tiracolo.

Encaixada na bagagem, com os bracinhos balançando, as mãos frias dentro das luvas e as orelhas congeladas debaixo da touca, cheguei à recepção do hotel:

-” Hi, my name is Priscila, I live in the red house and I came here to get the new keys”
-” I’m afraid I know nothing about any key, I’m sorry”

O dono da red house é alemão. Matemático. Quieto, sério, alto e metódico. Elegante, calmo e dócil. Um gentleman (mais tarde descobri que é realmente algum tipo de lorde alemão).
No final do ano ele se mudou pra Alemanha (ficará lá com a família por uns 6 meses), mas antes de ir, fez melhorias na casa: trocou os trincos velhos.
Eu já estava em San Francisco quando ele fez as mudanças, por isso fui primeiro ao hotel, localizado próximo à casa, onde estaria a nova chave.

Ele escreveu num e-mail: peça a chave da red house na recepção do hotel em qualquer dia, qualquer horário.

Simples assim, but they knew nothing about it...

Em frente à Red House, tinha comigo a mochila grande, a pequena, a bolsa do laptop, o cansaço, o frio e minha chave velha. Toquei a campainha. Ninguém! Peguei o celular e liguei. Ninguém!

Era dia 02 de janeiro, às 15h30. Muito dramático dizer que em meia hora escureceria?

* ou quase isso: San Francisco – Los Angeles: 1h22/ Espera em Los Angeles: 8h/ Los Angeles – London: 10h/ London Heathrow – London King’s Cross: 1h/ London King’s Cross – York: 2h

Um comentário:

Ô, nem vem, isso não te exime de me mandar e-mails!